“Platão, Sócrates, Filosofia, hiato, Política e teus beijos musicais cheios de sinestesia invadem sem pudor a minha tão idealizada linha de raciocínio.
Teu gosto insiste em pairar entre as frases, meus arrepios insistem em me desconcentrar, desconsertar, e eu danço, danço, danço em um jogo de provocações, de olhares cheios de persuasão e malícia, eu solto meus braços e tento cair em queda livre, mas você insiste em me se segurar, te empurro, te puxo, te mordo e te arranho e não sei mais o que fazer, me perco nos sentidos, a respiração me denuncia, e as divergências entre tantas personalidades me assustam em um abismo cheio de medo.
Estereótipos estilhaçados, me aproveito de alguns, só para te arrancar aquela expressão de extrema ausência da razão, com aquele olhar perdido e um sorriso amedrontado cheio de malícia.
Infinitos pensamentos sem lógica gritam em minha mente, pensamentos cheios de melodia, cheios de vozes, medos, eu grito mais alto, peço que parem agora, já não agüento mais, me sinto ardendo, como os personagens do seu conto que você queimou com aquele cigarro que te dei, fecho os olhos, o silêncio finalmente existe, mas ainda assim o barulho é ensurdecedor, agora vejo fantasmas sussurrando loucuras obscenas em meus ouvidos, meu corpo não tem mais força, a respiração falha, a mente deliria e me faz duvidar da realidade.
Estilhaços no chão, no meu pulso, sinto dor, é vermelho, me liberto, mas você insiste em me tira da lá, me abraça e me beija, como se eu fosse uma criança perdida dos pais, mas não sou, e você sabe disso...só preciso que você me arranhe com toda sua força, me deixe cheia de marcas, não se amedronte pela minha expressão frágil, você sabe exatamente do que eu gosto, vou pedir para que me segure bem forte, para eu tentar fugir, mas não deixe, não deixe, me prenda com teus braços, não tenha medo dos meus gritos desesperados, eu gosto de tudo isso, dessa loucura que sinto perto dessa sua expressão de indiferente.
Grita comigo, pára de ter medo, leia Nelson Rodrigues, rasgue todas as minhas roupas com as mãos, os dentes, me jogue na cama, no chão, quebre os copos, o porta retrato, deixe os cacos no chão, deixe que eles me cortem, que eles nos cortem por inteiro, deite comigo, preste atenção na minha expressão, o lábio vermelho, os olhos molhados, o corpo pálido, poucas roupas, o que cobre é rasgado, e olhe pra você...adorando tudo isso, encarando o teu sadismo e o meu masoquismo de perto, olha o teu sorriso irônico cheio de prazer, olha o meu sorriso cheio de sinestesia, cheio de terceiras intenções, e eu te puxo pelo cabelo com a boca um pouco aberta e te beijo, te beijo, até você não agüentar mais, beijo teu pescoço, mordo teu ombro, arranho você inteiro, deito em cima de você, e faço aquela cara de inocente com olhar dissimulado, você não agüenta, mas não pede pra eu parar, a tua respiração é que te denuncia agora, não só ela, haha, até que consigo exatamente o que eu queria, você me pega pelo braço, sem medo algum de me machucar, inclusive me fazendo sentir dor, me joga no chão, cheio de cacos, e começa me beijar com força, me arranhar inteira, me morder até eu não agüentar mais, mas eu sempre agüento...haha, e vira um dado viciado, um ciclo vicioso, um conto circular, o infinito...deitados, sem ar, sem roupas, sem razão, sem vestido vermelho, sem moral, sem violão, sem ética, sem realidade, sem dignidade e tão..tão livres.”
Ana T.
quinta-feira, 8 de julho de 2010
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