sábado, 19 de julho de 2008

Tempo?

[ Ele estava sentando, com os olhos fechados, ou pelo menos tentando lutar contra tal ação involuntária, tentava formar frases plausíveis e gesticular o máximo possível, Luísa olhava sem enxergar, estava tão errada nos argumentos, não era preciso mas queria falar, queria olhar para aquelas palavras tão certas e bem colocadas, tão superficiais, não por maldade e sim pelo contexto.

A menina queria mesmo é gritar, todas as angústias e anseios que possuia e colocar a culpa ali, naquele homem de olhos tão expressivos, por mais fechados que estivessem, argumentos feitos de papel, eram os delas naquele momento, não falava e sim tentava ouvir, tentava mas não conseguia, só pensava na nostalgia e nas lembranças que um dia foram presente para aqueles dois.

Tantas frases ásperas, tantos toques que faltaram, ela o deixou, ele não acreditou, colocou a mão sobre as mechas finas de cabelo, queria tanto que ela voltasse e entendesse um pouco mais seu estado, queria realmente que aquela garota estivesse ali, fazendo carinho em seu rosto como na doce lembrança.

Luísa já estava longe, era realmente muito impulsiva, mas depois de ouvir certas coisas foi o melhor a fazer, caso contrário a situação dos nossos personagens seria um tanto quanto pior, sabia que os dois mais tarde iriam trocar algum olhar e estariam misteriosamente levados a emoção como dois adolescentes, estariam até fazendo juras de amor. mas não queria isso, não queria mais viver de nostalgia, assim como ele.

Lucas queria os antigos olhares de nossa garota, os antigos versos e a voz doce. ambos queriam a incoência, a pureza. ambos estavam perdidos nos conceitos, nas luzes de um passado recente.

Ambos distantes, fisicamente e psicologicamente e por ironia, foram embora sem se falar, preferiram assim, sentir o vazio que cada ausência do outro lhe trazia, agora ela dormia, finalmente, depois de inúmeras tentativas de leitura, todas fracassadas, já o garoto dos olhos de tempestade possuia uma concentração um tanto quanto atípica para uma sociedade em que a maioria não consegue nem ao menos ler cinco linhas sem devanear, Lucas sentia um enorme prazer durante aquela leitura que após um tempo, seria transoformada em calcúlos.
Mas ele não via apenas números, sentia a poesia destilando daquele universo paralelo, que o próprio estava para esquecer de tanta nostalgia, se ele inventava ou não, creio que é algo indivudual demais, tantas coisas existem, mas temos sempre que estarar reiventando-as.
Percepções. ]

Será que continua?
ps: para quem queria compartilhar idéias e pensamentos, estes textos estão virando bem redundantes.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Nostalgia


[ ela está olhando para o passado, tentando achar um presente entre as cartas e declarações piegas, Ana está deitada nas luzes da lembrança, querendo tocar a saudade e tentando achar os olhares intensos entre eles, os quais deveriam ser eternos, eu disse: deveriam...]

"São Paulo, 3 de maio de 2006, 17 horas e 3 minutos
As vezes eu me irrito com a maneira que as pessoas me olham, talvez o que mais me deixe perplexa é a maneira em que eu me olho no espelho certes vezes, a comaparação que inconscientemente eu faço com aqueles seres, pois é, cheias de confusões.
talvez eu queria ter um amor para fazer declarações, para experimentar o gosto e ver se existe sintonia, ou nem se preocupar com a porcaria da sintonia, apenas sentir.
eu me perco tanto nos seus dizeres, nas tuas frases feitas e noites perfeitas, nos teus sorrisos e olhares tão intensos, mas eu não consigo tocar tudo isso, eu só vejo, só assisto, sou personagem secundária da história que eu mesma criei.
te vejo entre as belezas, as estéticas tão perfeitas para o padrão, te vejo tão distante do meu corpo, ao mesmo tempo eu quero a sua ausência, tua não presença porque só assim eu me sinto mais forte, mas me diz como esquecer dos teus olhos tão expressivos, apesar dos paralelos que existem entre nós e da sua constante fissura pelo alheio eu preciso desse teu jeito.
a contradição em pessoa está escrevendo, te quero longe, mas te quero meu, será isso? qual será o conceito de meu? não quero saber, do que vai adiantar, garoto?
eu queria a pureza do teu olhar novamente, dos teus toques e quase beijos. a inocência das segundas intenções é que dão ação para a vontade.
estou perdida no meu próprio labirinto, como dédalo.
está chegando perto do fim da minha inspiração, espero ter te acalmado, não com as minhas palavras nada lineares, mas com o fato de eu estar aqui, escrevendo, pensando nas nossas realidades ilusórias e utópicas, tentando encontrá-las de qualquer maneira e talvez me perdendo no passado. eu te quero como nunca, ou quero te querer e não sei mais como fazer, quero declarações, as mais piegas, meu amor, quero a eternidade e os pronomes possessivos, a tua respiração perto da minha até a tua ausência chegar novamente e eu acordar, tentando ser mais forte e fingindo que teus olhos não existem mais.
difícil é lidar com tantas lembranças, que me levam para os lugares mais inesperados, nos momentos mais inoportunos, eu te olho mas não te enxergo e isso dói tanto garoto.
os meus olhos de tempestade estão se tornando cada vez mais misteriosos, o espelho já não consegue me contar o que eles querem dizer.
a linha já virou labirinto, cheio de passado e eu me prendo a cada sorriso, só isso que eu sei falar, quando vou começar a olhar para o que a gente ainda não viveu?
te respondo garoto, o que a gente ainda tem para viver que não se resume a lembrança? com amor e medo:
Ana T. "

carta da Ana para Ezequiel em um momento conturbado de uma tarde chuvosa.
gosto tanto deles.
um dia os descrevo, espiritualidade até traços e manias.
quem sabe hoje.

câmbio/desligo
Alea

quarta-feira, 16 de julho de 2008

veneno antimonotonia !

será que eu consigo?
expressar os pensamentos e idéias está cada vez mais complicado, ando tão limitada a não pensar, por minha própria vontade, é algo tão mecânico ficar olhando para a tela de um computador e vendo a vida passar, é o que está acontecendo nessas madrugadas, não que seja ruim, é apenas viciante.
talvez seja uma certa falta de falar futilidades, devanear sem medo de errar os conceitos e acordar depois da uma, mas será que eu não estou perdendo as palavras dos livros, as idéias surgindo no papel e o prazer de deitar na cama depois de tantas questões resolvidas, não só os da vida acadêmica [ se é que se podemos chamar a escola por esse pequeno eufemismo, sim, adoro ironias ] mas os anseios de um dia inteiro, será?
tenho medo de me conformar, ali no meu mundo e não sair mais daquele vidro, medo de me irritar demais com a porcaria da interferência do som e não conseguir concluir meus raciocínios, são todos tão banais e pequenos, que seriam resolvidos com um dia na frente dos livros, simplesmente para provar a mim mesma que eu consigo, é desprezível ler isso.
talvez fosse mais fácil me auto-afirmar sem suas interrupções atrevidas nos meus devaneios, sem o teu olhar expressivo já estaria perdida, sem voltas, nessas conturbadas sensações que exprimento conforme tuas palavras vão ecoando em minha mente.
as vezes me sinto serena, logo depois a ralidade vem a tona e eu não quero, me escondo nos meus pensamentos e detesto os sonhos que criei, já não tenho mais para onde ir.
como alguém consegue ficar preso entre a consciência e a própria irrealidade que a mesma constriu; confuso não?
ah, sou eu quem escrevo!
já as vezes, vejo a situação como quero, talvez do que jeito que ela realmente é, me sinto mais segura, é um grande problema essa minha maldita mania de tentar sentir o que os outros temem, mania de achar...

chega, tem muita coisa aqui e talvez não disse nada, só tentei dizer.
várias personalidades minhas falaram.

[ você é engraçado, meu caro, tem um medo tão louco de iludir a si mesmo que recusaria a mais bela aventura do mundo para não se arriscar a uma mentira ] sartre - a idade da razão.

ótimo post para o começo né?