Um pacote na mão, um doce caramelizado qualquer, o telefone toca e não atende nunca, atende, ela abaixa os olhos e desliga sem ouvir.
Um assalto, uma dor, um perigo, ela não ouviu, não deixou a voz falar.
A típica falta de ar, não sentia há tempos, tomou o café sem adoçante e não fumou seu cigarro.
Incompreensão absurda, ela não sabe o que eu passei, ela nunca me deixa falar.
Ele sempre faz a mesma coisa.
Os dois não se entendem, faz tanto tempo que não se entendem. Não se escutam, não falam da mesma pele, cada um perdido em seus universos paralelos.
Ela se arrependeu, talvez, ligou novamente, algo poderia ter acontecido, algo ruim, mas a tristeza foi tanta.
Ele não atendeu, deixou tocar inúmeras vezes, gritou palavras, imaginava o tom de voz dela, as frases monótonas e insuportáveis, ela era tão chata.
Ela não entendia, ele não atendia, sentiu raiva, tristeza, lembrou de Shakespeare e daquele tempo. Foi plena em seu universo, mas a ausência pesava vazia ao lado dela, insustentável, ela não tirava os olhos da porta de vidro, quem sabe. Não.
Ele eu não sei, ódio, raiva, punir aquela que sempre pune. Ele era assim, assim como? Assim de um jeito que nem ele sabe, não gostava de classificações.
Desligou o celular.
O número que você ligou encontra-se desligado ou fora de área.
Ela surtou, chorou sozinha no banheiro, patética. É sempre assim.
Os dois não se entendem, faz tanto tempo que não se entendem. Por que ainda existe amor? Pra doer.
Ela critica os casais alheios, mas é igual a todos eles, dependência pura, da pele do cheiro, pode até ter diminuído, mas ainda se faz presente, ainda se faz arder. Decadência extrema.
Ele eu não sei, talvez esteja tocando violão, fumando um cigarro de palha, anestesiado, pensando nela como algo cheio de tédio.
Ela não leva nada em frente, sempre sorrindo pros outros, raramente se estressa, com ele é o contrário, raramente esboça um sorriso, mínimo contato físico possível.
Os dois não se entendem, faz tanto tempo. Insistem.
Ela espera ações dele, ele eu não sei.
Ela não quer esperar ações dele, mas sempre se espera, um sorriso, um boa noite talvez, comprar um cigarro, um beijo no rosto.
Ela destila tédio.
Já sentiu tanta coisa em um espaço tão pequeno.
Silêncio pleno, afastamento necessário, sorrir.
Quem sabe um beijo, o chocolate.
Ódio. Isso é crueldade.
Ela ainda não entende, não vai entender nunca.
Vaidade e indecisão estampadas em teu corpo.
É sempre assim, ele não vai, ela fica triste, é grossa, desliga na cara, ele explode, lembra da cara feia dela, do tédio transbordando pelos olhos monótonos dela.
Será que foi tão grave?
No que consiste a gravidade?
É sempre um jogo.
Vaidade.
Provavelmente ele não vai acordar amanhã.
Ela sempre espera o dia.
Ela sempre espera qualquer coisa.
Ela sempre espera.
Sentada, rabiscando qualquer coisa que acha que é poesia.
Ele não quer saber.
Ela não quer ouvir.
É o mesmo tom sempre, não importa se é áspero ou doce, é sempre o mesmo. Igual.
Os dois não se entendem, faz tanto tempo.
Tanto tempo.
Ela não entende.
Ele, tampouco.
Um assalto, uma dor, um perigo, ela não ouviu, não deixou a voz falar.
A típica falta de ar, não sentia há tempos, tomou o café sem adoçante e não fumou seu cigarro.
Incompreensão absurda, ela não sabe o que eu passei, ela nunca me deixa falar.
Ele sempre faz a mesma coisa.
Os dois não se entendem, faz tanto tempo que não se entendem. Não se escutam, não falam da mesma pele, cada um perdido em seus universos paralelos.
Ela se arrependeu, talvez, ligou novamente, algo poderia ter acontecido, algo ruim, mas a tristeza foi tanta.
Ele não atendeu, deixou tocar inúmeras vezes, gritou palavras, imaginava o tom de voz dela, as frases monótonas e insuportáveis, ela era tão chata.
Ela não entendia, ele não atendia, sentiu raiva, tristeza, lembrou de Shakespeare e daquele tempo. Foi plena em seu universo, mas a ausência pesava vazia ao lado dela, insustentável, ela não tirava os olhos da porta de vidro, quem sabe. Não.
Ele eu não sei, ódio, raiva, punir aquela que sempre pune. Ele era assim, assim como? Assim de um jeito que nem ele sabe, não gostava de classificações.
Desligou o celular.
O número que você ligou encontra-se desligado ou fora de área.
Ela surtou, chorou sozinha no banheiro, patética. É sempre assim.
Os dois não se entendem, faz tanto tempo que não se entendem. Por que ainda existe amor? Pra doer.
Ela critica os casais alheios, mas é igual a todos eles, dependência pura, da pele do cheiro, pode até ter diminuído, mas ainda se faz presente, ainda se faz arder. Decadência extrema.
Ele eu não sei, talvez esteja tocando violão, fumando um cigarro de palha, anestesiado, pensando nela como algo cheio de tédio.
Ela não leva nada em frente, sempre sorrindo pros outros, raramente se estressa, com ele é o contrário, raramente esboça um sorriso, mínimo contato físico possível.
Os dois não se entendem, faz tanto tempo. Insistem.
Ela espera ações dele, ele eu não sei.
Ela não quer esperar ações dele, mas sempre se espera, um sorriso, um boa noite talvez, comprar um cigarro, um beijo no rosto.
Ela destila tédio.
Já sentiu tanta coisa em um espaço tão pequeno.
Silêncio pleno, afastamento necessário, sorrir.
Quem sabe um beijo, o chocolate.
Ódio. Isso é crueldade.
Ela ainda não entende, não vai entender nunca.
Vaidade e indecisão estampadas em teu corpo.
É sempre assim, ele não vai, ela fica triste, é grossa, desliga na cara, ele explode, lembra da cara feia dela, do tédio transbordando pelos olhos monótonos dela.
Será que foi tão grave?
No que consiste a gravidade?
É sempre um jogo.
Vaidade.
Provavelmente ele não vai acordar amanhã.
Ela sempre espera o dia.
Ela sempre espera qualquer coisa.
Ela sempre espera.
Sentada, rabiscando qualquer coisa que acha que é poesia.
Ele não quer saber.
Ela não quer ouvir.
É o mesmo tom sempre, não importa se é áspero ou doce, é sempre o mesmo. Igual.
Os dois não se entendem, faz tanto tempo.
Tanto tempo.
Ela não entende.
Ele, tampouco.
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