[ ela está olhando para o passado, tentando achar um presente entre as cartas e declarações piegas, Ana está deitada nas luzes da lembrança, querendo tocar a saudade e tentando achar os olhares intensos entre eles, os quais deveriam ser eternos, eu disse: deveriam...]
"São Paulo, 3 de maio de 2006, 17 horas e 3 minutos
As vezes eu me irrito com a maneira que as pessoas me olham, talvez o que mais me deixe perplexa é a maneira em que eu me olho no espelho certes vezes, a comaparação que inconscientemente eu faço com aqueles seres, pois é, cheias de confusões.
talvez eu queria ter um amor para fazer declarações, para experimentar o gosto e ver se existe sintonia, ou nem se preocupar com a porcaria da sintonia, apenas sentir.
eu me perco tanto nos seus dizeres, nas tuas frases feitas e noites perfeitas, nos teus sorrisos e olhares tão intensos, mas eu não consigo tocar tudo isso, eu só vejo, só assisto, sou personagem secundária da história que eu mesma criei.
te vejo entre as belezas, as estéticas tão perfeitas para o padrão, te vejo tão distante do meu corpo, ao mesmo tempo eu quero a sua ausência, tua não presença porque só assim eu me sinto mais forte, mas me diz como esquecer dos teus olhos tão expressivos, apesar dos paralelos que existem entre nós e da sua constante fissura pelo alheio eu preciso desse teu jeito.
a contradição em pessoa está escrevendo, te quero longe, mas te quero meu, será isso? qual será o conceito de meu? não quero saber, do que vai adiantar, garoto?
eu queria a pureza do teu olhar novamente, dos teus toques e quase beijos. a inocência das segundas intenções é que dão ação para a vontade.
estou perdida no meu próprio labirinto, como dédalo.
está chegando perto do fim da minha inspiração, espero ter te acalmado, não com as minhas palavras nada lineares, mas com o fato de eu estar aqui, escrevendo, pensando nas nossas realidades ilusórias e utópicas, tentando encontrá-las de qualquer maneira e talvez me perdendo no passado. eu te quero como nunca, ou quero te querer e não sei mais como fazer, quero declarações, as mais piegas, meu amor, quero a eternidade e os pronomes possessivos, a tua respiração perto da minha até a tua ausência chegar novamente e eu acordar, tentando ser mais forte e fingindo que teus olhos não existem mais.
difícil é lidar com tantas lembranças, que me levam para os lugares mais inesperados, nos momentos mais inoportunos, eu te olho mas não te enxergo e isso dói tanto garoto.
os meus olhos de tempestade estão se tornando cada vez mais misteriosos, o espelho já não consegue me contar o que eles querem dizer.
a linha já virou labirinto, cheio de passado e eu me prendo a cada sorriso, só isso que eu sei falar, quando vou começar a olhar para o que a gente ainda não viveu?
te respondo garoto, o que a gente ainda tem para viver que não se resume a lembrança? com amor e medo:
Ana T. "
carta da Ana para Ezequiel em um momento conturbado de uma tarde chuvosa.
gosto tanto deles.
um dia os descrevo, espiritualidade até traços e manias.
quem sabe hoje.
câmbio/desligo
Alea
"São Paulo, 3 de maio de 2006, 17 horas e 3 minutos
As vezes eu me irrito com a maneira que as pessoas me olham, talvez o que mais me deixe perplexa é a maneira em que eu me olho no espelho certes vezes, a comaparação que inconscientemente eu faço com aqueles seres, pois é, cheias de confusões.
talvez eu queria ter um amor para fazer declarações, para experimentar o gosto e ver se existe sintonia, ou nem se preocupar com a porcaria da sintonia, apenas sentir.
eu me perco tanto nos seus dizeres, nas tuas frases feitas e noites perfeitas, nos teus sorrisos e olhares tão intensos, mas eu não consigo tocar tudo isso, eu só vejo, só assisto, sou personagem secundária da história que eu mesma criei.
te vejo entre as belezas, as estéticas tão perfeitas para o padrão, te vejo tão distante do meu corpo, ao mesmo tempo eu quero a sua ausência, tua não presença porque só assim eu me sinto mais forte, mas me diz como esquecer dos teus olhos tão expressivos, apesar dos paralelos que existem entre nós e da sua constante fissura pelo alheio eu preciso desse teu jeito.
a contradição em pessoa está escrevendo, te quero longe, mas te quero meu, será isso? qual será o conceito de meu? não quero saber, do que vai adiantar, garoto?
eu queria a pureza do teu olhar novamente, dos teus toques e quase beijos. a inocência das segundas intenções é que dão ação para a vontade.
estou perdida no meu próprio labirinto, como dédalo.
está chegando perto do fim da minha inspiração, espero ter te acalmado, não com as minhas palavras nada lineares, mas com o fato de eu estar aqui, escrevendo, pensando nas nossas realidades ilusórias e utópicas, tentando encontrá-las de qualquer maneira e talvez me perdendo no passado. eu te quero como nunca, ou quero te querer e não sei mais como fazer, quero declarações, as mais piegas, meu amor, quero a eternidade e os pronomes possessivos, a tua respiração perto da minha até a tua ausência chegar novamente e eu acordar, tentando ser mais forte e fingindo que teus olhos não existem mais.
difícil é lidar com tantas lembranças, que me levam para os lugares mais inesperados, nos momentos mais inoportunos, eu te olho mas não te enxergo e isso dói tanto garoto.
os meus olhos de tempestade estão se tornando cada vez mais misteriosos, o espelho já não consegue me contar o que eles querem dizer.
a linha já virou labirinto, cheio de passado e eu me prendo a cada sorriso, só isso que eu sei falar, quando vou começar a olhar para o que a gente ainda não viveu?
te respondo garoto, o que a gente ainda tem para viver que não se resume a lembrança? com amor e medo:
Ana T. "
carta da Ana para Ezequiel em um momento conturbado de uma tarde chuvosa.
gosto tanto deles.
um dia os descrevo, espiritualidade até traços e manias.
quem sabe hoje.
câmbio/desligo
Alea
Um comentário:
bebe... que bonito. me inspirou para hoje. e isso é raro ultimamente.
te amo. fixa e eternamente.
Postar um comentário