segunda-feira, 30 de agosto de 2010

pontuação nula

Agora cadê não sei por que neutralidade não existe eu sei onde estão teus olhos falta de concentração não sei o que fazer esquecer fugir não é possível quando enxergamos uma vez é impossível fechar os olhos com tranqüilidade cadê você cada vez que essa porta abre é uma mentira eu sei será que te dou meu silêncio ou expresso minha vontade da tua não ausência cadê você porra vontade de desintegrar toda essa sua lógica acadêmica leia Alberto Caeiro e pára de ter medo do meu corpo não vou mais olhar é inútil não não é mas você gosta desse teu inferno adora essa porcaria de inferno espaço físico você não precisa permanecer no mesmo porra é necessário MOVIMENTO mas você é masoquista sai desse lugar mas não você precisa disso então aproveite essa loucura baseada no teu orgulho infundado não não vou olhar pra você nem ponto final nem exclamações essa porra dessa tua máscara por que você insiste nisso as perguntas não tem interrogação você não é isso nem é aquilo agora enxergo ternura e não posso ver não quero ver não quero ser senhor de mim mesmo enfim detesto pontuações e suas generalizações a maneira como a tua voz fala certas palavras é de se apreciar e ao mesmo tempo detestar como consegue ser tão contraditório teu corpo sofre o meu raciocínio pode não ser lógico mas não insisto em algo que não possui relevância então me explica o motivo de você ter puxado meu braço com força e questionado o motivo da minha certeza EU GRITO qual é a relevância DISTO PRA VOCÊ e eu faço tudo errado falo coisas sem sentido não precisa não é necessário e eu insisto em sentir essa perturbação porra quanto arrependimento homeopático não sei o que fazer faço e erro se não falo falta o ar mas nunca sei o que falar sem pontos você não me escuta não me entende eu te interrompo todos os segundos com olhares de discórdia você finge que não vê você com esse teu olhar indiferente que quase nem olha mas eu sei que quer olhar mentira não quer ou quer que diferença faz nenhuma alguma besteira idiota impulsiva você vai acabar não me olhando de verdade chega não existe eu invento idealizo e esqueço de acordar

ahm inspirado em um conto do Caio Fernando Abreu que novidade

2 comentários:

Nádia Regina disse...

continue se inspirando nele. vocês tem muito em comum. ficou lindo, tudo desesperado, num suspiro.

Anônimo disse...

Parece que vc não respirou pra escrever, saiu tudo de uma vez.
Sua prodígio da escrita...