domingo, 5 de junho de 2011

bilhetinho

Ler ao som de : Meninos e Meninas - Legião Urbana

Sabe, sinto saudade, talvez uma tristeza, talvez não volte, ora, voltar não volta.
A música acabou, o vinho também.
Minha vitrola quebrou, o país ficou sem som.
Hoje senti falta do seu olhar de cúmplice, da risada tímida com o canto dos lábios, sinto falta de te ouvir, ouvir coisas do cotidiano, mãe, papagaio, cachorro, vizinho...saudade...pois é, tristeza boba, tão boba.
Mimos, diálogos, que que houve? Bilhetinho azul, fui pra Bahia.
Lembra daquela noite? Eu sentei na calçada e pedi, você riu, questionou como sempre, sorriu assim...desacreditando...repousou os olhos sobre os meus e me beijou o rosto.
Amor livre, passado, ondas, energia, eu gosto da tua mão, palavras, tantas e tantas sem fim, talvez um silêncio gostoso, um olhar de dúvida, uma angustia.
Eu gostava mais quando você atendia o telefone dizendo “oi”. Lembrei até do Renato Russo: e me diz o que que ficou?
Qualquer coisa, sempre fica alguma coisa em mim, sempre fica você em mim, gritando ou em silêncio. Sabe..ontem eu chorei baixinho..baixinho...amores são sempre amáveis? É movimento, teu corpo reage aos meus falares, aos meus toques compulsivos. É tanto desencontro, desentendimento, flores de plástico, castelos de carta. É tanta pele, dormir perto, compartilhar o sono tantas e tantas e tantas e tantas vezes, ás vezes eu quero tanto fugir, ir pra longe e sem você, mas como? você é tanto em mim. Relações peculiares, dependência mascarada, por minha parte. Carência demais, tudo demais, será isso?
Observo de longe tua ternura, talvez minha energia pese, talvez eu precisasse gritar bem alto pra você me ouvir pra você me enxergar pra você....talvez eu precisasse explodir com todas essas minhas indecisões e aprovações com todo meu desconforto com toda essa tensão em pequenos diálogos.
Calma...depois da tempestade sempre vem a calmaria.
Será que tudo realmente desintegra?
Ah, sei não..nem faço questão de saber...quer saber? Eu vou é me mandar.
Faça as malas e me encontre em Paquetá.
Sim, a tinta está no fim. Não achei nenhuma outra caneta, você sabe bem..eu perco tudo..ou quase tudo.

beijo da Ana T.
sem ternura.



mentira....

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