perdi minha poesia
talvez ela nunca tenha existido
talvez eu nem me importe
faça cena, choro falso
perdi meu tempo
os dias sem fala
a ausência do sol
das flores astrais
perdi
eu perdi tudo
não ligo
tanto faz
é gim
sumiu
sumiram as folhas de papel
a tinta azul da caneta
a tua pele em lápis
o teu beijo manchado por cachaça
sem gosto
sem ato
conduta amarga
não gosto
sumiu.
foi embora
sentir
os sentidos
expressos
pela pena
é.
um dia dissolve tudo
mesmo
escrever pra que?
poesia não está nas palavras
o poeta ja dizia
Deleuze me consola
Desde quando comunicar é sinônimo de criar?
Crise
Crie crise cria silencia
quebrar
desenvencilhar
Crie vacúolos de não comunicação
sussurre
segredos secretos e piratas
eita consolo besta
Bandeira, me desculpe
mas minhas estátua sumiu
ela já estava quebrada
eu a amava ainda mais
pra onde vai todo esse amor?
eita vidinha besta
a matéria vida era tão fina
é tão fina
a matéria que não é vida
é fina
tudo é vida
vive
pulsa
beija
e morre
onde estão
eu acabei de ver aquele filme
Nome Próprio
eu
quero tanto um cigarro.
eu perdi tudo
eu perdi tudo.
eu perdi o caos
que tem em mim
eu perdi a Ana
eu perdi a Ana T.
Um comentário:
porra Ana
que merda
porra Ana
vodka pra você
muita vodka!
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