Sabe, hoje de manhã indo pro metrô, eu quase chorei, senti saudade, pois é, coisa boba né? Ventava tanto, tanto, uma garoinha típica, senti tanto frio, andei sem pressa como quem finge que tem pressa, eu queria chorar, mas não conseguia, como diz um amigo meu, o ar estava preso nos pulmões, tudo gritava, tudo era igual, sabe, acho que eu só consigo escrever a mesma coisa e acho que posso escrever sobre tudo, vejo poesia em tudo, vejo intensidade naquele moço dos olhos verdes, no jeito como a garota recusa o olhar alheio, isso deixa a gente louco, pira sabe?
Não acho as chaves de casa, perdi tudo, perdi o ânimo, agora me vem uma sensação estranha, de comodidade, ou seria desencantamento total? Ah, tanto faz, sabe...tanto faz, hoje você tem aquela sintonia de baunilha, hoje você quer o corpo dele, as risadas escandalosas, o maço de cigarro, mas logo tudo passa, tudo dissolve nos meus olhos, na minha mente, não agüento mais as lembranças, eu as quero tanto, mas doem, ardem, queimam, elas vão sumir, é tão acaso, era eu quem estava sentada lá, mas poderia ser ela, ele, eles, é tudo tão substituível, não tem importância alguma, nada é eterno, me dá um cigarro? Ah, esquece vai...senta aqui, vamos ali tomar uma cerveja e discutir aquelas coisas que parecem tão fantásticas, filosofia de calçada, amores platônicos, vamos exaltar a voz, rir, olha o desespero total de todos, olha aquele olhar perdido, a voz alta, as palavras chulas, o rosto expressa medo, medo dessa loucura sem fim, ah, chato o assunto né? Melhor ir dormir..desiste da cerveja, não estou uma boa companhia hoje...me desculpa...acho melhor eu deitar...ler um pouco do Caio e tentar dormir, se bem que a insônia não me da sossego, mas mesmo assim, pare de falar comigo, de me escutar...eu já falo tudo sem sentido, imagina agora...ah, tudo bem, sem problemas, é..eu sei...falo um pouco depressa mesmo...bom, vou tentar achar as chaves de casa, vou tentar me achar nas linhas daquele caderno velho...não, não precisa ir comigo, eu sempre vou sozinho mesmo..eu sempre durmo sozinho, ah, não precisa ficar com essa expressão, eu gosto da solidão, nela eu sempre me encontro.
terça-feira, 3 de agosto de 2010
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Um comentário:
eu li seu texto, eu me vi fumando um cigarro no santos dummond querendo um café pensando nisso, cheguei a concordar com você, acho até que concordo, não cheguei a uma resposta, porém cheguei a uma certeza, que você morango, não é substituivel, vc é doce demais, quero a essencia perto, mais perto
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