Pedro pintava ouvindo samba, Ana pirava com rock progressivo. Aquarela psicodélica, contos de nicotina, laranjas e morangos, limão, aveia e mel, discos no chão, Milton Nascimento na estante, Tim Maia era o síndico do prédio sem nome, dormiam em lençóis de verso, buscavam um no corpo do outro, a textura da prosa. Ela pairava entre notas sinestésicas, ele cantarolava Toquinho, dormiam juntos e mesclavam qualquer melodia em sonho, Ana sambando, Pedro reparando nos acordes. Ana tocava piano, Pedro gaita, malandro, Ana tinha insônia, passava noites acordadas, Pedro fazia samba e amor até mais tarde, tinha muito sono, independente da hora. Os dois fumavam, os dois pairavam por ai, como já dizia o poeta: a brisa primeira levou. Ana gostava do Caio, escrevia dores alheias, discorria sobre desespero, era louca ou normal, não se contentava com nenhuma dessas denominações, Pedro...o Pedro eu não…o Pedro vive em outra dimensão, a Ana também..mas o Pedro..o Pedro é diferente…só isso o que eu posso dizer. Agora entre, faz muito frio, amanhã tento achar uma foto de Ana, menina engenhosa, meu bem..engenhosa.
sábado, 24 de setembro de 2011
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Um comentário:
Nossa, que mistura incrivel de pessoas!
Incrível!
Adorei!
Pedro é diferente...
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