quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Ana por Ana

Em resposta (?) ao texto: Ana e Pedro
De André Andere – poetinha...vagabundo.
http://circodentrodopao.blogspot.com/2011/09/ana-e-pedro.html

Ana e Pedro, Pedro e Ana, suave coisa nenhuma! Ana bebendo cerveja no boteco do Zé, Pedro encostado na porta..estático..olhando e achando graça na madame das coxas bonitas.
Ana não bebe por classe, dissimula inocência, sorri toda profana, Ana bebe pra esquecer todas aquelas angustias - todas aquelas faltas de ar que não a deixam dormir, Ana tem insônia e tem olheiras, e dores de cabeça. Ana fuma pra desamarrar, Ana tem pânico de tédio, Ana inventa amores pra distrair, e quem sabe transformar o tédio em melodia, Ana não escreve faz tempo, rói as unhas compulsivamente, parou de fumar, voltou a fumar, Ana anda tossindo muito.
Ana é tão perturbada, às vezes até acha que enlouqueceu, surta com freqüência, já tentou yoga, Caio Fernando Abreu, terapias anarquistas, búzios, carta, tarô&ervas medicinais.
Ana sorri para qualquer um, não suporta a rejeição, não suporta parágrafos curtos nem chá com açúcar, Ana tem as canelas machucadas, doem muito no frio, Ana não dança forró nem valsa, preferiu fazer teatro no ensino médio, Ana não sabe dançar, tem medo de cair, medo de não agüentar o seu próprio peso, ser insustentável para si mesma, Ana é.
Ana chora com freqüência no banheiro, sempre foi assim, desde criança, Ana gosta das cores dos drinks, das frases sem sentido, mesclar, misturar, Ana gosta de Pedro, Pedro gosta de Ana, mas Ana não conhece Pedro, nem o autor conhece Ana.
O Pedro fez Ana sorrir, sorrir com a alma, com o corpo inteiro, o Pedro fez a Ana declarar tesão, com a boca e com os olhos e com as mãos, Ana e Pedro, plenos.
A Ana quer ser arista, o Pedro não precisa querer. A Ana gosta de Secos & Molhados e do poetinha, o Pedro também, a Ana gosta de literatura de cordel, o Pedro também, a Ana gosta de umas paradas com ácidos e ervas, o Pedro....acha que ela vive perdida, castelos de cartas, papel, tudo dissolve...o cérebro também...O Pedro trabalha muito, a Ana inventa.
Quem inventou quem? O Pedro inventou a Ana ou foi a Ana quem inventou o Pedro?
O Pedro fala pouco, a Ana reclama, e acaba não escutando os sussurros dele, a Ana gosta de tato e pele, o Pedro não percebe quando ela encosta a pele dela na pele dele, pequenos e insuportáveis desentendimentos.
Ana e Pedro, Pedro e Ana, desistam, vocês não nasceram para esse paralelo, Ana volta pra Copacabana, Pedro largue as aulas de piano, Ana suas canelas doem, você não vai conseguir dançar Ana...não vai....Ana chora na frente do espelho. Pedro não dorme há dias.
Pedro sem poesia, Ana sem remédio, Ana hipocondríaca, Ana sem Pedro, Pedro sem Ana, Ana dissimulando com drink coloridos, Pedro bebendo desgraça.

Ana e Pedro, qualquer fim, seja morte ou gim.

beijos e beijos.
ps: esse texto foi escrito no dia 28 de junho de 2011
beijos poetinha vagabundo. beijos e beijos e beijos e beijos e beijos e beijos e beijos e beijos e beijos e beijos e beijos e beijos e beijos e beijos e beijos e beijos....e beijos....


Um comentário:

Paul R. disse...

Eu e Ana, Ana eu. Muito em comum. Aliás, tenho uma Ana no meu blog que também é parecida com essa Ana, ou contigo, Ana? À todas essas Anas, e outras, eu deixo um beijo! Pra vc, uma flor.