Ando meio enjoada das minhas escritas, minto, não ando enjoada, apenas estou comparando textos antigos com os novos, creio que perdi muito do meu lado objetivo e narrativo, não que isso seja ruim, estou apenas ponderando, ultimamente escrevo de maneira extremamente subjetiva, milhares de reticências, pontos sem explicação, frases sem ponto final, entre outras pequenas manias.
Sim, claro, conheci Caio Fernando Abreu, na realidade, parecia que sempre o conhecia, ele estava mais em mim do que eu pensava, me viciei em cada palavra dele, achei a intensidade que me faltava, achei a audácia, fui me tornando menos puritana com as palavras, fui respirando seus livros de maneira um tanto ofegante, me debrucei em suas paixões, procurei pela intimidade, cartas, desejos, histórias e tristezas, e achei nele, mais de mim mesma, porém, com isso, meus textos vem carregando tal marca, uma loucura lúcida, que seja, palavras sem nexo e sem vírgula, não, não acho ruim.
É necessária essa entrega plena, mas, confesso que tal maneira de escrever, acabou me deixando um tanto estática diante das provas e trabalhos na faculdade, girava a caneta, respirava, pensava em algo desconexo, e a partir disso tentava formular um pensamento concreto.
Ora, quanta loucura, eu querendo tirar de mim, o que me torna eu mesma. Mas será que é só isso que me torna Raquel? Acho que essa idéia de “minha marca”, “meu jeito” e “minha maneira de escrever” me deixam um pouco amedrontadas, me sinto presa em mim mesma, quero tentar outras coisas, misturar, transcender, mesclar o que eu faço hoje com algo do passado, resgatar o que há de bom. Sim, é meu jeito, é a maneira como escrevo, óbvio que isso só é assim, pois passei por inúmeros processos, ainda passo, e é por isso que estou em constante mudança, o processo não tem fim, está sempre em movimento.
É evidente que preferimos uma coisa a outra, uns são mais abstratos, outros detestam assuntos sobre cosmos e afins, temos os amantes da poesia, “eu ainda falo versos e não fatos”, e os que são apenas indiferentes, um aprecia uma maneira de escrever diferente do outro, seja por facilidade, inspiração ou técnica, mas não é por isso, que temos que nos ater apenas ao o que sabemos fazer com destreza, creio que necessitamos de constante mudança, exercitar a mente, jamais deixá-la estática, com ações mecanizadas.
Se entregue ao que te de prazer, claro, permita-se ao vício, horas do mesmo livro, do mesmo autor, escreva dias sob a influência do mesmo, mas, que tenha audácia de não permanecer estático, mecanizado, desconstrua-se, eu preciso fazer isso, ser atrevida, audaciosa, escrever de uma maneira que não me sinto tão dona das palavras, creio que com tal ação, levamos novas idéias para o que já estava se tornando mecânico.
É exatamente isso, que deixemos nos permitir ter a audácia de desconstruir a idéia de que somos geniais, fazendo justamente o que não somos bons, e através desse movimento, desse exercício, o novo inspira e agrega ao antigo.
Céus! O ano está acabando né, sempre existe aquela coisa de ponderar o que estamos fazendo e blá blá blá.
A citação que apresento no texto é de Maiakóvski.
Câmbio/Desligo
Raquel
Sim, claro, conheci Caio Fernando Abreu, na realidade, parecia que sempre o conhecia, ele estava mais em mim do que eu pensava, me viciei em cada palavra dele, achei a intensidade que me faltava, achei a audácia, fui me tornando menos puritana com as palavras, fui respirando seus livros de maneira um tanto ofegante, me debrucei em suas paixões, procurei pela intimidade, cartas, desejos, histórias e tristezas, e achei nele, mais de mim mesma, porém, com isso, meus textos vem carregando tal marca, uma loucura lúcida, que seja, palavras sem nexo e sem vírgula, não, não acho ruim.
É necessária essa entrega plena, mas, confesso que tal maneira de escrever, acabou me deixando um tanto estática diante das provas e trabalhos na faculdade, girava a caneta, respirava, pensava em algo desconexo, e a partir disso tentava formular um pensamento concreto.
Ora, quanta loucura, eu querendo tirar de mim, o que me torna eu mesma. Mas será que é só isso que me torna Raquel? Acho que essa idéia de “minha marca”, “meu jeito” e “minha maneira de escrever” me deixam um pouco amedrontadas, me sinto presa em mim mesma, quero tentar outras coisas, misturar, transcender, mesclar o que eu faço hoje com algo do passado, resgatar o que há de bom. Sim, é meu jeito, é a maneira como escrevo, óbvio que isso só é assim, pois passei por inúmeros processos, ainda passo, e é por isso que estou em constante mudança, o processo não tem fim, está sempre em movimento.
É evidente que preferimos uma coisa a outra, uns são mais abstratos, outros detestam assuntos sobre cosmos e afins, temos os amantes da poesia, “eu ainda falo versos e não fatos”, e os que são apenas indiferentes, um aprecia uma maneira de escrever diferente do outro, seja por facilidade, inspiração ou técnica, mas não é por isso, que temos que nos ater apenas ao o que sabemos fazer com destreza, creio que necessitamos de constante mudança, exercitar a mente, jamais deixá-la estática, com ações mecanizadas.
Se entregue ao que te de prazer, claro, permita-se ao vício, horas do mesmo livro, do mesmo autor, escreva dias sob a influência do mesmo, mas, que tenha audácia de não permanecer estático, mecanizado, desconstrua-se, eu preciso fazer isso, ser atrevida, audaciosa, escrever de uma maneira que não me sinto tão dona das palavras, creio que com tal ação, levamos novas idéias para o que já estava se tornando mecânico.
É exatamente isso, que deixemos nos permitir ter a audácia de desconstruir a idéia de que somos geniais, fazendo justamente o que não somos bons, e através desse movimento, desse exercício, o novo inspira e agrega ao antigo.
Céus! O ano está acabando né, sempre existe aquela coisa de ponderar o que estamos fazendo e blá blá blá.
A citação que apresento no texto é de Maiakóvski.
Câmbio/Desligo
Raquel